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Unidos de Vila Isabel 2021 | Xandy de Pilares, Tunico da Vila e cia. - Samba Concorrente

 



Unidos de Vila Isabel 2021 Enredo Canta, canta, minha gente! A Vila é de Martinho! Vila, eu canto esse amor eternizado Samba, o rei que sabe honrar nossa bandeira O sonho mais bonito que sonhei é ele Martinho da Vila José Ferreira Vila Isabel é poesia no coração Razão do sonho acontecer Atotô, dai-me licença ê Na fé de Zambi e dos orixás Rufam os tambores ancestrais Em Duas Barras nasceu nossa referência Cresceu no morro entre becos e vielas Nesse cortejo hoje tem coroação Crianças cantam ladainhas e zuelas Odilê, odilá Nas calçadas musicais, negritude é consciência Odilê, odilá No quilombo da favela, o rei presta continência Firma batucada, abre outra saideira Paixão inebriante é pra vida inteira Gira coroa, a emoção desperta Letra e melodia em profusão nesse poeta Kizombas, andanças cruzando o oceano Trilhando caminhos, preto kamba soberano São duas nações batendo no peito Lição de vida, dignidade Páginas que o tempo inspirou Semeando no Brasil a nossa africanidade E lá do céu, Noel Aplaudindo com louvor O filho de Josué e Teresa Destino que conduz o pensador Link do vídeo: https://youtu.be/_RbohAiJ4iE *Compositores envie sua obra para divulgação em nosso canal, com áudio ou vídeo e letra pelo e-mail: esrjoficial2020@gmail.com #vila2021,#martinhodavila,carnaval2021,sambasconcorrentes, 🔔Inscreva-se no Canal🔔 ESRJ.Oficial - A energia que contagia! Blogger: https://esrjoficial.blogspot.com/ Instagram: https://www.instagram.com/esrj.oficia... Facebook: https://www.facebook.com/ESRJOficial-... Twitter: https://twitter.com/EsrjO Inscreva-se e Deixe seu Like Deixe o seu comentário. #ESRJOficial™

Vila Isabel 2021 | Sinopse do Enredo: CANTA, CANTA, MINHA GENTE! A VILA É DE MARTINHO!

 

Logo do Enredo Vila 2021


RESUMO

CANTA, CANTA, MINHA GENTE! A VILA É DE MARTINHO! “

“Canta, canta, minha Gente, deixa a tristeza pra lá!”
Canta, Vila Isabel, Morro dos Macacos, Pau da Bandeira e todo o povão Branco e Azul, pois a Festa é da Raça!
Canta feliz da vida o outro Poeta que o Samba te deu, legado eterno do povo teu!
“Canta forte, canta alto, que a vida vai melhorar”, pois o samba foi feito de morro e a Festa é na Raça para a gente impor e celebrar a negritude!
Vamos abrir mais uma vez caminho à nossa ancestralidade, que pede passagem com a vida do Rei Negro das “kizombas, andanças e festanças”, coroado pela brasileira terra negra com força e fé das Áfricas e de Angola!
Morro é África, malandro é guerreiro de lança em punho e a criançada brincando pelas vielas e correndo pela savana.
“Ô dai-me licença ê!
Ô dai-me licença!
Uma licença de Zambi
para cantar umas zuelas no toque do Candomblé”.
É Mano Martinho, Vila!
Simbora?


Batuques invadem o Morro dos Macacos e passeiam pela Vila num convite animado à coroação. Por becos e vielas, seus camaradas descem escadas e ladeiras acompanhados pelo riso inocente das crianças admiradas que    entoam melodias eternizadas por ele. Ele, cujo caminho até a coroação foi longo, nasceu na roça onde sentia o vento no rosto e a liberdade nos pés. Corria solto o moleque pelo chão batido, brincando sob a benção do carinho de Mãe Tereza e do amor devoto de Vó Procópia a proteger o garoto contra mau-olhado e assombração. Duas Barras marcada no coração do menino que veio à luz no Carnaval, um ano depois – quem diria? – da partida de Noel. Mal sabia o pequeno Zé que o Axé o preparava para encantar o povo. É a vida que começava a ser tecida pelos caminhos que Zambi quis.

Resistir! O rapaz vai acompanhado pelo tempo, que o conduz a outras praças. Carrega consigo a verdade do mundo estampada na pele. Com os Pretos Forros, na inteligência do dia a dia na Boca do Mato, Martinho fez samba no morro desde cedo, mesmo com a dor da dura vida que seus olhos testemunhavam. Percebeu que ser um só não bastaria para enfrentar a desigualdade. Cantarolava amores, amigos, a família e, múltiplo, virou Sargento Martinho, sem nunca vacilar na felicidade. Negro que segurou no peito as responsabilidades para gritar, partideiro, a revolta contra brancas maldades.

Batucando aqui e acolá, suas personalidades poéticas cresciam, encantando uma Menina-Moça, Vila Isabel, amor à primeira vista. O encantamento foi mútuo. Ela lhe deu inspiração e, a ela, o Poeta declamou paixão. O nome mudou, casamento em que o tempo não faz mais sentido, só há eternidade. Fez, da sua casa, Casa de Bamba, onde todos são bem-vindos. Avolumavam-se canções e partidos-altos, aquele amor transbordando alegria! Nas curvas   salivadas dos musicados amores pela Vila e outras cabrochas, encantou-nos, o Devagar, com a língua dada a prazeres. Toques e beijos, palavras e mãos, seios e desejos – vibra com jeito, meu violão, para fazer tremer esse chão!

Sempre feliz, quis brincar Carnaval e desfiou seu Carnaval de Ilusões sob a benção de Noel. Martinho eterno menino, sorriso no alto, amor-paixão pela Coroa, o Branco e o Azul tingindo a gente em noites de fascínio e magia, dedicação foliã entre confetes e serpentinas. Sentiu a quentura da folia e decidiu que o mundo daquele jeito feliz era seu lugar. Então, foi tudo montado para que o povo, ao seu som, sempre quisesse sambar! O Martinho? Mora lá na Vila… É o tal do Martinho da Vila, nosso Rei Negro da Folia.

Afinal, fez química com batidas ancestrais. Deu liga. Gênio popular, misturou o sacolejo dos sons, sembas, sambas, partidos-altos, pagodes e canções. Roça, favela, comunidades, terreiros, Duas Barras, Vila e a gema do Rio de Janeiro. O cavaco era na rua, da rua. Resistência, o tom do sambista. Na escola das favelas, na sabedoria dos botequins e na boemia do Boulevard, na cachaça de beira de calçada e na cerveja com os compadres, vive a simplicidade de gente sábia e desce mais uma para embalar a cantoria.

Daí, reencontrou nas Áfricas sua história por completo. De Luanda, memórias, dom, talento, afeto. Ancestralidade é teu nome, Martinho, e a Vila te saúda! Suas andanças rumo ao Ventre Mãe reaparecem no sorriso aberto e Angola se faz presente. Voltando aos ancestrais, ecoam as vozes daqueles que possuem a força da cor. Nosso Poeta abre caminhos de lá pra cá e daqui pra lá. Intercambia, como elo, passado e futuro e Angola abraça o Embaixador Negro!

Aliás, Martinho sempre esmurrou o preconceito. Por aqui, certeiro, levantou-se também pela Democracia que seu Brasil há muito já não via. Mané com ele não se cria! Diretas pela liberdade e o menino da Vila com o dedo na ferida. Pé ante pé, há muito trocara o marchar pelo sambar e desafiou a censura de não poder criar e ser feliz do jeito que se é Martinho, da Vida! Cantou pela liberdade nos dois mundos unos separados pela covardia da escravidão. Martinho do Brasil e de Angola, Canto Livre! Kalunga e Kizomba, bem, chegou a hora!

Festa da Raça! Na Sapucaí, conquistas da luta negra pela liberdade, tantos Brasis Quilombos dos Palmares, tantos Palmares-Brasis a festejar: negras e negros que lutam pela dignidade. No Centenário da Abolição, bom lembrar que negra foi a canção, samba que ferveu e ferve no sangue das passistas, na alma das baianas, na Swingueira de Noel, nas negras e negros que mandaram e mandam na Avenida. Valeu, Zumbi! Tem grito forte nos Palmares e aqui! Martinho guerreiro quimbundo, Zumbi abençoando e Zambi dando força: Concerto Negro ontem, amanhã e agora.

E seguiu, “devagar, devagarinho”, o sambista e sambador, também malandro engenhoso inspirado quando com tinta na mão. Alma brasileira-angolana e a Lua de Luanda iluminando seus livros. Salve a amada família, a das favelas, das Áfricas, de Barras, de sangue e da Vila, tudo tema de prosas e poesias, Martinho lambendo com amor a cria! Veio de longe a vocação de prosador. Bateu papo com o Bruxo do Cosme Velho quando para ele fez samba nos idos da Boca do Mato. Saber da rua, da roça, dos barracos, olho no olho de qualquer dotô e nosso nêgo quebrando o racismo de cada dia no gingado sábio – “Crioulo não é doido!” e negro impõe respeito! Martinho sim, Doutor com conhecimento de causa, da vida e dos livros! Escreveu histórias, Zé das Cantorias! Martinho das Letras, a Academia o reverencia! O Rei derrama sabedoria nas páginas e, em verso e prosa, encanta e declama a vida.

Cabem, assim, mil Martinhos nessa história. Sem pressa, o Poeta Negro enredou suas memórias no chão    sagrado da Vila, preparou o quintal pro pagode com os amigos, celebrou causos da fazenda, da favela, dos subúrbios e da folia, a mesa farta sempre em boa companhia – cantos de lavadeiras, corações de malandros, crenças e crendices, papos de cozinha. Cadenciado, brincou e brincará! Compadre Noel, aquele abraço só no sapatinho e na alegria!

E agora é a vez de vocês correrem soltos, meninas e meninos da Vila, pois lá vem a coroação do Mestre Rei Martinho. Aprendam com o Griô de Gbala: é sobre a gente negra, nosso sangue, nosso carnaval, nossa ancestralidade, que hoje ele com a gente fala. O morro desce “feliz da Vila”: a vida dele vamos coroar! E vamos renascer das cinzas, tudo acabando na quarta-feira só pra recomeçar, pois nossa negra felicidade jamais vai terminar. Uma “Boa Noite”, Vila Isabel! Nossa garra na terra de bambas é celeste, infinita, e o resto a gente aprende com Martinho Mestre, só no laiaraiá!

Ergue a cabeça então, Comunidade, e pisa forte na Avenida! Ginga, samba, semba!

Arranquem do peito o grito preso e cantem alto com orgulho a força e a fé da nossa negra-alma-samba, deixando qualquer tristeza pra lá!

É dia do Teu Martinho, Vila!

Incendeia a Sapucaí, vamos pra cima e ‘simbora kizombar!

Enredo: Edson Pereira, Victor Marques, Clark Mangabeira

Sinopse e Texto: Victor Marques, Clark Mangabeira