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Portela 2014 | Um Rio de mar a mar: do Valongo à Glória de São Sebastião

 


CARNAVAL DE 2014

enredo

Um Rio de mar a mar: do Valongo à Glória de São Sebastião

autor do enredo
Rogério Rodrigues


carnavalesco
Alexandre Louzada


desfile
5ª escola a desfilar | 03/03/14 | Passarela do Samba


resultado
3ª colocada no Grupo Especial (LIESA) com 299 pontos



FICHA TÉCNICA

presidente
Serginho Procópio


direção de carnaval
Luiz Carlos Bruno


direção de harmonia
Jorge Ipanema e Luiz Carlos Bruno


número de alas
40


direção de bateria
Nilo Sérgio


ritmistas
299


rainha de bateria
Patrícia Nery


1º casal de mestre-sala e porta-bandeira
Danielle Nascimento e Diogo Jesus


2º casal de mestre-sala e porta-bandeira
Rosilane e Márcio


responsável pela comissão de frente
Ghislaine Cavalcanti




SAMBA DE ENREDO

compositores
Toninho Nascimento, Luiz Carlos Máximo, Waguinho, Edson Alves e J. Amaral

intérprete
Wantuir, Richahs, Rogerinho e Cremilson


O canto do cais do Valongo ôôôôôôô
Que veio de Angola, Benin e do Congo
Tem semba, capoeira e oração
O Rio sai da roda de jongo e vai desaguar
Na glória de São Sebastião

Oi, bota abaixo, sinhô
Oi, bota abaixo, sinhá
Lá vem o Rio de terno de linho
E chapéu panamá

A correnteza
De um Rio Branco é que traz
A arte do canto e a dança
De todos os sons musicais
O teatro da vida não sai de cartaz
A ilusão é uma atriz
Se exibindo na praça linda e feliz
Eu vou
Da Revolta da Chibata
Ao sonho que faz passeata
Seguindo a canção triunfal

Nesse Rio que vem e que vai
Traço o meu destino
E viro menino pra brincar de carnaval

Sou carioca, meu jeito é de quem
Vem com o sorriso do samba que a gente tem
Meu peito é um porto aberto
Pra te receber meu bem

Vou de mar a mar, mareia
Vou de mar a mar, mareia, mareou
Iluminai o tambor do meu terreiro
Ó santo padroeiro
O axé da Portela chegou!







SINOPSE DO ENREDO

Invocação

Sob o axé de Candeia e a proteção de São Sebastião, exaltaremos o povo que se fez transformador de seu destino, de sua cultura e de sua cidade.

Cantaremos os encontros da história entre os dois lados do mar, através do canal que os une, a avenida Rio Branco - aqui retratada como um rio onde navegam dores, sonhos, lutas, prazeres, fantasia e devoção.

Através de seu curso, numa viagem atemporal, idas e vindas de fatos se misturam nessas águas, caminho de mão dupla onde o carioca faz e refaz o seu destino.

De sua construção servil, com seus braços a construir o reverso da dor ao transformar o porto, outrora palco da chegada da escravidão, em um ancoradouro de cheganças, de boas venturas e de esperança.

A grande Avenida que se abriu no início do século XX foi um marco de transformação da cidade e da identidade de seu povo e, no corredor do tempo, serviu de cenário de grandes acontecimentos sociais e políticos do nosso país. Acima de tudo, esse eixo histórico testemunhou no correr de sua águas a constante modernização de nossa metrópole.

Porém, é o corpo vivo desse povo diverso, o carioca, que homenageamos neste enredo. É ele quem constrói a sua glória diária e infinita. É ele quem, personificado em cada um de nós, desfilantes da Portela, se banha nessas águas de emoção.

Preparem-se, pois a maré vai subir e o mar da Guanabara vai invadir a passarela do samba, desfilando seu rio azul e branco.

Oh, Mártir São Sebastião! Guiai teus filhos! Livrai-os da tirania, da fraqueza e da falta de fé. Tornai-os para sempre ungidos de luz e alegria.

Rogério Rodrigues


Sinopse do Enredo

Hoje, a nossa alma canta.

E esse canto ecoa forte e faz a Águia da Portela voar. Com versos de Jobim, Rio que se mostra sorrindo: prova de amor que encerra ''seu céu, seu mar sem fim''.

E como onda que avança na maré cheia, invade. Vai e vem no fluxo e refluxo da história incessante a se transformar. Um canal que se abre e transborda em um Rio, que nos carrega, que começa e termina no mar.

Rio de janeiro, de fevereiro e março, carnaval!

De Estácio de Sá e Aimberê, guerreiro uruçumirim. De luta e invasão a se tornar casa de branco ''carioca'', de um povo que flechado de amor se rende e se reinventa à glória de São Sebastião.

Rio azul que passa em nossas vidas, a passar. Passado, presente e futuro.Onde o nosso coração se deixa levar. Rio de história que, de mar a mar, nos conta, como contas que nos unem num colar. Rio de fato que nos ata ao porto de suor e sangue, do banzo de Benim, Angola e Congo nos elos da corrente do Cais do Valongo. Da África que veio pro lado de cá.

Rio, rua e boulevard! Abre-se de cima a baixo e bota abaixo becos, vielas e cortiços, para do ''lixo'' ao luxo se transformar. Rio que nasce e cresce audaz. Rio que se refaz e alcança a bela época. Rio jardim de França, Rio a beira mar: desfila glamour e elegância.

Rio que se ergue monumental, eclética escultura a esboçar a sua vocação, fina estampa de jornais e revistas. Rio em cena: ao abrir do pano a orquestra do dia a dia, ópera do cotidiano, capital da arte e da cultura.

Rio que ri, canta e sonha nas ondas do rádio. Divas, reis e rainhas, vozes que embalam a fantasia da festa tradicional. Rio vivo, via que fervilha.

Rio que abre-alas pra folia. Sorrio no Rio de alegria, por onde desfila o carnaval.

Rio que se espraia na praça e onde o povo se encontra, se abraça e, na tela, se projeta em sonhos e emoções. Rio de estrelas, de luz, câmera e ação. Rio em festa a brindar a vida, a esquecer da lida, na dança das ilusões.

Rio que marcha revolto, de águas passadas, das chibatas a lavar a alma de seus heróis.

Rio que é voz de um povo que quer livre e feliz. Rio de chumbo vai ''caminhando e cantando e seguindo a canção'', na luta e conquista, caras pintadas, 100 mil na pista. Bravo ''coração de estudante'' a mudar um país.

Rio a correr e a recuperar o tempo perdido. Rio aguerrido a enfrentar o presente. Desafio de um povo, da gente do Rio, superação. Rio que se levanta a vai em frente, à frente do tempo, desfaz e faz. Rio vida que segue em seu vai e vem, Rio branco de paz.

Rio, correnteza afã, ida, vinda e volta, ponto de partida para a chegada do futuro. Rio Mar, na onda da arte de construir o amanhã. Rio porto aberto, de mar a mar para o que vier, para quem quiser chegar e amar.

Rio que abre o coração, cor de maravilha.

Rio de amor que se eterniza quando acolhe, aquece, abençoa e batiza as águas da Praça com as águas sagradas da Guanabara

Seu povo em procissão:

Rufam os tambores da Portela à Gloria de São Sebastião.

Alexandre Louzada
Carnavalesco






















Imperatriz Leopoldinense 2014 | Arthur X - O reino do Galinho de Ouro na corte da Imperatriz


CARNAVAL DE 2014

enredo

Arthur X - O reino do Galinho de Ouro na corte da Imperatriz

autor do enredo
Cahê Rodrigues


carnavalesco
Cahê Rodrigues


desfile
4ª escola a desfilar | 03/03/14 | Passarela do Samba


resultado
5ª colocada no Grupo Especial (LIESA) com 297 pontos 




FICHA TÉCNICA

presidente
Luiz Pacheco Drumond

direção de carnaval
Wagner Tavares de Araújo

direção de harmonia
Guilherme Nóbrega

número de alas
30

direção de bateria
Márcio de Souza Cezário (Noca)

ritmistas
270

1º casal de mestre-sala e porta-bandeira
Phelipe Lemos e Rafaela Teodoro

2º casal de mestre-sala e porta-bandeira
Elaine e Marcílio Diamante

responsável pela comissão de frente
Débora Colcker



SAMBA DE ENREDO

compositores
Elymar Santos, Guga, Tião Pinheiro, Gil Branco e Me Leva


intérprete
Wander Pires

O dia chegou!
Em meus olhos, a felicidade.
Te fiz poesia, pra matar a saudade...
Imperatriz vai me levar
A um reino encantado,
Um menino a sonhar...
Cresceu driblando o destino,
Venceu as barreiras da vida...
Fardado nas cores da nação,
Armado de raça e paixão,
Nos pés, o poder!
Vencer, vencer, vencer!

“Oô”, o povo cantava...
Domingo, um show no gramado!
Com seus cavaleiros, Arthur se tornava
O “Rei do Templo Sagrado”!


Caminhando mundo afora...
O seu passaporte, a bola!
Da Europa ao Oriente,
Grande “Deus do Sol Nascente”,
Outros reinos conquistou...
À sua pátria amada, então, voltou.
Hoje, mais do que nunca é o seu dia,
Vamos brindar com alegria,
Trazer de volta a emoção.
Com toda humildade, vem ser coroado,
Vestir o meu manto verde, branco e dourado!
Quem dera te ver por mais um minuto,
Na arquibancada, todo mundo canta junto:

Da-lhe, Da-lhe, Da-lhe Ô
O show começou!
Da-lhe, Da-lhe, Da-lhe Ô
Um canto de amor!
Imperatriz me faz reviver...
Zico faz mais um pra gente ver!




SINOPSE DO ENREDO

"A ÚNICA FORMA DE CHEGAR AO IMPOSSÍVEL É ACREDITANDO QUE É POSSÍVEL"

De Lewis Carroll em Alice no País das Maravilhas.

Autoriza o árbitro! Rola a bola na Avenida. Começa a decisão do carnaval carioca. Doze Escolas estão na briga! Vila quer buscar o feito do último campeonato. Império da Tijuca está na primeira divisão. Mocidade e São Clemente jogam na defesa. Ilha cadencia o jogo! Mangueira e Portela tentam a posse de bola pela intermediária. A sobra é da Grande Rio que chuta pro gol mas bate na zaga do Salgueiro. A torcida grita! Tijuca dispara pela ponta esquerda mas é desarmada pela Beija-Flor. Que jogada! Imperatriz domina com categoria, faz a finta e levanta a torcida. Quanta habilidade! Imperatriz cruza o meio de campo, deixa a marcação pra trás e parte em arrancada na direção do gol. O gol é o seu portal! Ela cruza o gol, abre os portões da poesia e mergulha, de braços abertos, na ilusão de um carnaval.

Diante da imaginação permissiva ela não se assusta. Sente-se confortável com o mundo novo que se descortina diante de seus olhos. O País do futebol, que até então muitos falavam, de fato existia e ela estava lá.

Nessa pátria de chuteiras, a nobre representante do carnaval toma conhecimento de histórias populares. Curiosidades em torno da existência de um rei de pernas tortas, fatos sobre a coroação de um rei negro. Porém, dentre as muitas histórias, uma lhe desperta interesse: Arthur X havia nascido plebeu em um subúrbio do país do futebol. A família Antunes Coimbra estava feliz e não conteve a ânsia de espalhar a notícia. Em tempo, damas, bufões, soldados e plebeus espalhavam o ocorrido pelas casas simples da rua Lucinda Barbosa.

O passar dos anos encarregou-se de transformar o plebeu em rei. Suas conquistas e lutas pessoais lhe conduzem ao trono. Travou e venceu batalhas. Foi condecorado com a farda verde e amarela - a mais alta patente dada a um combatente do país do futebol. Sagrou-se campeão trajando vermelho e negro nas disputas mundiais do octogésimo primeiro ano do século em que vivia. Foi coroado! Rei coroado no templo do futebol. E por ser soberano de uma nação popular, espalha-se a fama e a grandeza de suas glórias.

Diante da história que corre na boca de nobres e plebeus, aumenta o interesse da Imperatriz sobre o rei. No afã de encontrá-lo toma conhecimento da realização de competições que animavam as massas, tendo tal evento o título de "disputas dominicais." Realizadas em um lugar, que ficou popular como "Templo do futebol" - espécie de arena erguida em torno de um vasto campo verde - onde o povo se encontrava e se dividia em torcidas.

Junto à multidão que se espremia pode observar a chegada de combatentes de bandeiras e cores distintas. Gente que vinha desafiar os cavalheiros do Rei. Avistou ao longe um brasão que como símbolo ostentava uma "estrela solitária". Ouviu os gritos de euforia que precederam a passagem de uma nobreza fidalga vestida em verde, encarnado e branco. Pôde ouvir o toque que anunciava o atracar de uma caravela portuguesa junto ao porto e o delírio dos que aguardavam sua chegada.

Em meio ao povo que vibrava, não obteve sucesso na tentativa de aproximar-se do soberano. Porém pôde ouvir o anúncio de que o reinado de Arthur X entraria em festa: O aniversário do Rei seria comemorado no auge dos festejos de Momo que estavam por vir. Nobres de nações estrangeiras por onde seus feitos haviam ganhado fama já confirmavam presença e enviavam presentes. Do outro lado do mundo, onde se fazia noite quando aqui era dia e dia quando aqui era noite, a imagem do rei era esculpida em ouro.

No dia em que completava anos, os clarins faziam ecoar uma melodia ritmada que aludia a "vencer, vencer, vencer!" Seus súditos em festa vestiam o vermelho e o preto - as cores do manto sagrado que o Rei tinha predileção. Ela, a Imperatriz, ordenou que sua corte vestisse sua melhor roupa feita em verde, branco e ouro - talvez Arlindo, talvez Rosa - e viesse em cortejo, tecer honras ao monarca. Fez soar a bateria. Chocalhos, tamborins, surdos e cuícas embalaram o momento sublime. Ao Rei, como presente, a Imperatriz ofereceu-lhe valiosa jóia: sua coroa, feita em ouro e pedras verdes. Diante do feito, o povo de Ramos saúda o rei. Ele, dispensando o tratamento destinado aos soberanos, sorri, quebra o protocolo, e responde:

- Sem formalidades! É carnaval. Podem me chamar de Zico!

Carnavalesco: Cahê Rodrigues
Texto de: Leandro Vieira
Colaboração: Família Antunes Coimbra