Chico Buarque da Mangueira
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Resultado
Campeã do Grupo Especial (LIESA) com 270 pontos
Data, Local e Ordem de Desfile
2ª Escola de 23/02/98, Segunda-Feira
Passarela do Samba
Autor(es) do Enredo
Alexandre Louzada
Carnavalesco(s)
Alexandre Louzada
Presidente
Elmo José dos Santos
Diretor de Carnaval
Percival Pires
Diretor de Harmonia
Olivério Ferreira - Xangô
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Geovana e Marquinhos
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Elaine e Ubiracy
Coreógrafo da Comissão de Frente
Carlinhos de Jesus
Bateria
320 Componentes sob o comando de Mestre Alcir Explosão
Contigente
38 Alas
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Samba Enredo
Autor(es)
Nelson Dalla Rosa, Vila Boas, Carlinhos das Camisas e Nelson Csipai
Puxador(es)
Jamelão e Eraldo Caê
Mangueira despontando na avenida
Ecoa como canta o sabiá
Lira de um anjo em verso e prosa
De um querubim em verde e rosa
Faz toda a galera balançar
"Hoje o samba saiu"
Pra falar de você
Grande Chico iluminado
E na Sapucaí eu faço a festa
E a minha escola chega dando o seu recado
É o Chico das artes... O gênio
Poeta Buarque... Boêmio
A vida no palco, teatro e cinema
Malandro sambista, carioca da gema
Marcando feito "tatuagem"
Acordes do seu violão
Chico abraça a verdade
Com dignidade contra a opressão
Reluz o seu nome na história
A luz que ficou na memória
E hoje o seu canto de fé
Vai buarqueando com muito axé
Ô iaiá... Vem pra avenida
Pra ver "meu guri" desfilar
Ô iaiá... É a Mangueira
Fazendo o povo sambar
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Sinopse do Enredo
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| Imagem: http://www.pedromigao.com.br/ourodetolo/wp-content/uploads/2014/01/mangueira98g.jpg |
Voa, linda Mangueira, e canta qual "Sabiá", em versos de mil canções, que vem das cordas da lira mágica de um anjo, gênio da raça, querubim.
"Hoje o samba saiu, procurando você..." e no som antigo de um "Realejo" meu desejo, vai encontrá-lo, na melodia que este sonho dedilha e que "Vai levando" a gente assim como "Valsinha", formando um "Dueto" de "Samba e Amor".
"Quem é você?", Chico poeta, que rima o "Cotidiano", que canta "Gente Humilde", "Trocando em Miúdos" a vida e que, singelo convida todo o povo na praça "pra ver a banda passar".
Hoje a Mangueira, em verde e rosa, desvenda seu universo, onde você é o sol que brilha em verso e prosa, no "sonho de um carnaval".
"O Que Será" que faz de você "A Flor da Terra" se abrir como "Rosa", "a flor da pele" de todas as mulheres, Chico coração feminino, seresteiro de tantas musas, a cantar amor e mágoa, de negras, loiras e morenas, de "olhos tristes", de "olhos fundos", de "olhos d’água"?
Mulheres do mundo, de França, de Angola, de Amsterdã e Atenas. Mulheres da rua, donas do prazer, senhoras de si. Meninas, mulheres, de trama, de cama, de drama, de "Folhetim".
"Quem te viu, quem te vê", jamais esquece o tempo onde a canção era o vento que soprava. tentando despertar "a nossa pátria-mãe, tão distraída...", nos memoráveis festivais.
"Bom Tempo", "Anos Dourados", quando nosso povo passou a amar os nossos ídolos e a sua música, Chico, era "O Refrão" que como um "Acalanto", nos embalava nos tempos rebeldes e "a voz do dono" era "o dono da voz" da gente, na "Construção" de uma consciência até então adormecida.
"Mas eis que chega a roda-viva e, carrega o destino pra lá... "num tempo, página infeliz da nossa história...", tempo que estancou de repente." Apesar de você e o povo que quis ter voz ativa, rodou na roda-gigante da opressão, sob os cacetes da força.
E assim, "tijolo por tijolo. num desenho trágico...", emparedaram os sonhos e o "Sinal Fechado" era "essa palavra presa na garganta...", como um gole amargo de um "Cálice" de sangue.
E o poeta se foi pra longe...
Porém, "não chore ainda nao que, assim como "uma ofegante epidemia... , vai passar, nesta avenida, um samba popular...", pra lavar a alma e transformar "toda velha cidade..." num "Sanatório Geral". E, "seja você quem for, seja o que Deus quiser...", hoje eu vou sambar na pista...", com ou "Sem Fantasia", no carnaval esperança, que gente longe more na lembrança, que gente triste possa entrar na dança...", na louca folia, pois a festa é da gente...
Gente que vai com a Mangueira, primeira e única, "Estação Derradeira", buarqueando a vida de Chico, por onde essa vida passou e, sob as luzes dos palcos, vai encenar seu teatro, acendendo a ribalta, dando vida à morte, triste sina Severina, do ardor e dor da "terra que quedas ver dividida...". Da terra seca à "Gota D’água, a molhar um coração cheio de mágoa de um amor fugaz, amor que "faz fila na Vila do Meio-Dia pra ver Maria...", "que lava a roupa suja da cuja no meio da rua...".
Canta um "Fado Tropical", que o "Boi Voador" quer voar sobre os cacos de vidro da história de um certo Brasil holandês. Pedaços. pecados, "do lado de baixo do Equador...", de "Bárbara", de Ana e "Calabar".
E, "De Tanto Ama?’ e mar que nem sei, "quando o mar é pano de fundo", "opaco é o fim do mundo, pra qualquer navegador...", espraiana boca de cena o cais e traz "O Corsário do Rei", nas ondas do criador.
No vaivém da ciranda, Chico, saltimbanco poeta, criança a se alimentar de luz, nos brejos e esquinas, a lembrar da fogueira e dos balões, a dançar ao meio-dia com a meia-lua no balé das palavras. Chico mágico, místico do grande circo da vida, maestro das telas a viajar Brasís afora com malandros, vagabundos e mambembes.
Chico, ‘jovem flu" satisfeito, amante do copo e da bola e das coisas simples do povo; dono da bola no "Politheama", onde a alegria rola nas tardes "de um sol de fazer nada, como a natureza mandou...".
E "vou que vou pela estrada..." nas ruas da noite -boêmia, de um Rio que não existe mais, com o malandro-poeta, no coração da Lapa, dos cabarés, becos e sarjetas, ficando na gente como "Tatuagem", marcando nosso pensamento que hoje voa num "zepelim prateado" sobre os arcos, que une um "Pedaço de Mim" e de você.
Chico sentimento, "Retrato em Preto e Branco", sem terra, de todas as pátrias, Chico demais, de tantos carnavais, Chico amigo e parceiro de bambas, Chico do Brasil, Buarque de Holanda mas que também é do samba, um "Suburbano Coração" que bate ao som da Mangueira, que hoje, assim como um piano, tem muitas teclas pra tocar.
Chico, enredo e reconhecimento, por aquela que, do alto de seus setenta anos, desce o morro e faz a ópera no asfalto, "cantando coisas de amor". E seu passado de glórias são confeitos de um lindo bolo verde e rosa, feito "com açúcar e com afeto...", fazendo de você, Chico Buarque, Mangueira, hoje o filho predileto, como dizia uma, dentre tantas de suas mulheres, mãe orgulhosa mostrando-o ao mundo inteiro, cantando...
"Olha aí, é o meu guri!"
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| Imagem: http://www.pedromigao.com.br/ourodetolo/wp-content/uploads/2014/01/Mangueira98d.jpg |




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