Unidos de Padre Miguel 2016 | Ensaio Técnico


Unidos de Padre Miguel 2022 | Ensaio Técnico

CARNAVAL DE 2016

enredo
O quinto dos infernos!

carnavalesco
Edson Pereira

FICHA TÉCNICA

presidente
Lenilson Leal

direção de carnaval
Cícero Costa e Nana Costa

direção de harmonia
Luiz André Sá e Renata Cristina

direção de bateria
Dinho

1º casal de mestre-sala e porta-bandeira
Jéssica Ferreira e Vinícius Antunes

2º casal de mestre-sala e porta-bandeira
Cássia Maria e Éwerton Anchieta

responsável pela comissão de frente
David Lima

SAMBA DE ENREDO

compositores
Toninho do Trailler, Jr Beija flor, Marcelo do Rap, Thiago Alves, Alair Perobelli, Diego Alan e Samir Trindade

intérprete
Luizinho Andanças

Chegou a hora!
Preste atenção no que eu vou falar
Desde os tempos de Cabral
Meu Brasil cara de pau
Virou galhofa colonial
Lá vem João, seu banquete a frente
Comeu o frango restou osso pra gente
Somos a terra dos esfarrapados
Igual ao índio nos deixaram pelados
Negão veio de lá, da África pra cá
Se ele soubesse pulava no mar
Com a sinhá se misturou
Mas o doce o rei levou

Brotou na Ribeira, o Ouro
Mamaram nas tetas das Minas gerais
A farra do quinto tirou nosso couro
Quem tem muito, sempre quer ter mais

Lá vai o rei
Com a mesma frouxidão que aqui chegou
E hoje eu sei
O jeitinho que o país herdou
Vamos proclamar felicidade pra geral
Mandar pros infernos, varrer todo mal
Unidos é hora de kizombar amor
Vermelha e branca a minha fantasia
A nossa alma ninguém levou
Liberdade ainda que folia

Ei você aí
Avisa na corte a zorra é aqui
A festa é do povo, guerreiro, fiel
Que ama a Unidos de Padre Miguel


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Em Cima da Hora 2022 | Bateria - Setor 05


Em Cima da Hora 2022 | Bateria - Setor 05

CARNAVAL DE 2022

Enredo
33, Destino Dom Pedro II

autor do enredo
Diego Araújo

carnavalesco
Marco Antonio Falleiros

direção de bateria
Wando Antunes

SAMBA DE ENREDO

compositores
Guará e Jorginho das Rosas

intérprete
Ciganerey

Vamos sublimar em poesia
A razão do dia a dia
Pra ganhar o pão
Acordar de manhã cedo
Caminhar pra estação
Pra chegar lá em D. Pedro
A tempo de bater cartão

Não é mole não
Com a inflação
Almejar a regalia
Do progresso da nação

O suburbano quando chega atrasado
O patrão mal-humorado
Diz que mora logo ali
Mas é porque não anda nesse trem lotado
Com o peito amargurado
Baldeando por aí

Imagine quem vem lá de Japeri

Olhando a menina de laços de fita
Batucando na marmita
Pra não ver o tempo passar

Esquecendo da tristeza quando o trem avariar

E na viagem tem jogo de ronda
De damas e reis
Vendedores, cartomantes, repentistas
Tiram onda de artista
No famoso "Trinta e três"
O trombadinha quase sempre se dá bem
O paquera apanha quando mexe com alguém

Não é tão mole andar de pingente no trem



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Lins Imperial 2022 | Bateria - Setor 05


Lins Imperial 2022 | Bateria - Setor 05

CARNAVAL DE 2022

enredo
Mussum pra sempris - Traga o mé que hoje com a Lins vai ter muito samba no pé!

carnavalesco
Eduardo Gonçalves e Ray Menezes

FICHA TÉCNICA

presidente
Flávio Mello

direção de carnaval
Leandro Lima e Ronaldo Abrahão

direção de harmonia
Carlson Renato

direção de bateria
Mestre Átila

Compositores
Arlindinho Cruz, Mateus Pranto, Braguinha, Rafael Tinguinha, Lucas Donato, Naldo do Lins, Pezão, Carlinhos Bocão, Marquinhos Mola, Hélcio Colored, Genésio, Antônio da Conceição e Samuel Gasman

Intérpretes
Lucas Donato e Rafael Tinguinha

Nêgo menino, “lá no morro”, iluminado
O seu destino foi um anjo quem guiou
Descendo a ladeira, Carlinhos
Por tantos caminhos, a sua estrela brilhou!
Com reco-reco na mão, o dom de improvisar
A vida o ensinou a se reinventar
Talento como o dele ninguém viu igual
Um bamba partideiro original

No quintal de folhas secas, tocou surdo de primeira…
Caiu no samba lá no Morro de Mangueira! (bis)
Onde parecia um céu no chão
De verde e rosa, tingiu seu coração

Um dia o artista se torna palhaço
Nos palcos, pela arte é consagrado
Dos mestres, as lições ele guardou
Com sua graça o povo cativou
Mas quis o destino levar seu sorriso
Deixando o infinito mais bonito
Mussum…
Um trapalhão que inspira tanta gente
Chama que jamais se apagará
É luz que há de brilhar “pra sempris”!

Desce mais um mé que a Lins vem festejar…
E a batucada rola até o sol raiar! (bis)
Valeu, Mussum, valeu! É grande a saudade
Do filho que orgulha a comunidade!


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Carnaval de Maquete | Império da Tijuca 2018 - Olubajé - Um banquete para o rei


Carnaval de Maquete | Império da Tijuca 2018 - Olubajé - Um banquete para o rei

enredo
Olubajé - Um banquete para o rei

autor do enredo
Jorge Caribé e Sandro Gomes

carnavalesco
Jorge Caribé e Sandro Gomes

SAMBA DE ENREDO

compositores
Márcio André, Elson Ramires, Núia Rodrigues, Paulo Lopita 77 e Samir Trindade

intérprete
Daniel Silva

Quando Nanã gerou
Entregou seu filho a Yemanjá
Com todo amor ela cuidou
E lhe curou, na imensidão do mar
Salve o esplendor brilhante da manhã
Do filho iluminado de Oxalá e Nanã
Ele voltou…
Caçador, feiticeiro e bom de guerra
Batizado, Senhor do Sol e da Terra

Obaluaiê Jêjê Nagô, é Oluaiê, chama e calor
A cura de todo mal cobriu na palha
Pode ter fé a magia do veho não falha

Sapaktá tribo dos ancestrais
Reinam mães senhoras e os orixás
Ossain nas folhas o poder
Iroko, Yewa, Arroboboi Oxumarê
Eu quero ver Omulo dançar
No Opanijé com o seu xaxará
Tem pipoca no alguidar, mandigueiro
Sinfornia imperial chegou no terreio
Atotô baluaiê meu pai vem nos valer
O banquete para o rei vamos te oferecer
Espelho de gente guerreira
Que dá o suor na labuta, e faz Olubajé
No Império da Tijuca

Araloko, Araloko Pajuê
Ê Pajuê ê Pajuê
Vem o Morro da Formiga, vem pra vencer



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Carnaval de Maquete | Mocidade 1985 - Ziriguidum 2001, carnaval nas estrelas


Carnaval de Maquete | Mocidade 1985 - Ziriguidum 2001, carnaval nas estrelas

CARNAVAL DE 1985

enredo
Ziriguidum 2001, carnaval nas estrelas

autor do enredo
Fernando Pinto

carnavalesco
Fernando Pinto

1º casal de mestre-sala e porta-bandeira
Soninha e Roxinho

SAMBA DE ENREDO

compositores
Gibi, Tiãozinho e Arsênio

intérprete
Ney Vianna e David do Pandeiro


Desse mundo louco, de tudo um pouco
Eu vou levar pra 2001...
Avançar no tempo e nas estrelas
Fazer meu Ziriguidum...
Nos meus devaneios quero viajar
Sou a Mocidade, sou Independente
Vou a qualquer lugar

Vou à lua, vou ao Sol
Vai a nave ao som do samba
Caminhando pelo tempo
Em busca de outros bambas

Quero ver no céu minha estrela brilhar
Escrever meus versos na luz do luar
Vou fazer todo o universo sambar
Até os astros irradiam mais fulgor
A própria vida de alegria se enfeitou
Está em festa o espaço sideral
Vibra o universo, é carnaval!

Quero ser a pioneira
A erguer minha bandeira
E plantar minha raiz



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Império Serrano 2016 | Ensaio Técnico


Império Serrano 2016 | Ensaio Técnico

CARNAVAL DE 2016

enredo
Silas canta Serrinha!

autor do enredo
Severo Luzardo e Jeferson Pedro

carnavalesco
Severo Luzardo

FICHA TÉCNICA

presidente
Vera Lúcia Correa

direção de carnaval
Paulo Santi

direção de harmonia
Cosme Márcio

direção de bateria
Gilmar

1º casal de mestre-sala e porta-bandeira
Raphaela Caboclo e Feliciano Junior

2º casal de mestre-sala e porta-bandeira
Maura e Luiz Augusto

responsável pela comissão de frente
Cláudia Mota

SAMBA DE ENREDO

compositores
Arlindo Cruz, Aloísio Machado, Arlindo Neto, Zé Gloria, Andinho Samara e Lucas Donato

intérprete
Pixulé

Hoje num relicário vivo na memória 
Serrinha é um encanto a tua história 
talvez a mais bela de uma favela
pois foi assim que meus avós contaram
no meio do mato
passava noite vinha dia... 
o negro fez do morro moradia
pedindo ao Rei Banto proteção, saúde... 
como nos bons tempos de além mar 
com água na cachoeira e ouvindo pássaros cantar

Quando o jongo me chamou eu louvei Maria
e no toque do tambor tem magia
veio gente da estiva, da resistência também
todo mundo chegou no balanço do trem

Ô tinha samba na rua
veio o bloco da lua
era carnaval! 
Foi com prazer que eu desci a Serrinha
numa noite dourada, num sonho real
estava nascendo o Império Serrano
reizinho do meu lugar... 
pro Santo Guerreiro abençoar... 
quando parti... de longe eu vi mudar
tudo se modernizar.. 
é a evolução...a brisa que afaga a juventude
com charme e negritude
mas a arte se eternizou
nos baluartes que mostraram o seu valor!

Meu centenário vou comemorar
esse é o povo que me consagrou
imperiano volte ao seu lugar: vencedor!


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Acadêmicos do Cubango 2016 | Ensaio Técnico



Acadêmicos do Cubango 2016 | Ensaio Técnico

CARNAVAL DE 2016

enredo
Um banho de mar à fantasia

autor do enredo
Cid Carvalho

carnavalesco
Cid Carvalho

FICHA TÉCNICA

presidente
Olivier Luciano Vieira (Pelé)

direção de carnaval
Jorge Riper

direção de harmonia
Décio Bastos

contingente
1700 componentes

direção de bateria
Maurão

1º casal de mestre-sala e porta-bandeira
Jackeline Gomes e Diego Falcão

2º casal de mestre-sala e porta-bandeira
Alana Couto e Luiz Augusto

responsável pela comissão de frente
Márcio Moura

SAMBA DE ENREDO

compositores
Sardinha, Gustavo Soares, Wagner Big, Diego Moura, Julio Alves, Marco Moreno, Samir Trindade, Elson Ramires, Cláudio Russo e Adriano Boinha

intérprete
Hugo Júnior

Brilha na linha do olhar
no véu do infinito a se transformar
do ventre da terra escorreu
da branca espuma, o verde nasceu
bravura a navegar
no reino de Netuno, a imensidão
do tenebroso mar da imaginação

Mareou, maré cheia
Iara no Rio, sereia no mar
tem mistério tem, na areia
Boiúna é cobra que vai te levar

Por essas ondas mora Yemanjá
depois dos oceanos, Olokum
em águas claras de pai Oxalá
deságua mamãe Oxum
vem mergulhar
em cachoeiras, lagos, ribeirões
velejar
e orgulhar futuras gerações
água é vida, vida sou eu
a cristalina, lágrima de Deus

Deixa clarear, o dia
quero me banhar a fantasia
no vai e vem do mar, as águas vão rolar
é a Cubango dando um banho de alegria


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Salgueiro 2023 | Enredo - Delírios de Um Paraíso Vermelho


Delírios de Um Paraíso Vermelho

PRÓLOGO

No princípio era o verbo. E os verbos e as gírias estavam com o povo, eram o povo, que descia o morro para transformar a rua em palco. Artistas de uma opulenta ópera popular chamada escola de samba, regida por um maestro/profeta que banhou de luxo a miséria e escancarou aflições escondidas em folhas de jornal.

Pelas mãos do profeta João esfarrapados ganharam ar de nobreza e protagonismo. Suas visões misturaram paraísos e infernos. Opostos que se atraem e se reinventam.

O evangelho segundo o João do povo teve suas primeiras páginas escritas na Academia do Samba e pregou que a regra é ousar. Seus delírios etéreos gozavam de intensa liberdade, não cabendo em si ou em julgamentos outros. Sem proibição ou pecado — abolir o não, purgar os preconceitos. A arte é para fazer sonhar, riqueza que não cabe em uma caixa ou que possa estar encarcerada nos porões de mentes tacanhas.

As epístolas deixadas ainda conduzem o reino do carnaval. Quem aprendeu em suas escrituras sabe bem que a alforria é soberana e que o encantamento e as inquietações provocadas pela criação e manifestação artística são elementos fundamentais de sanidade, capazes de provar que a fantasia é uma grande realidade.

João 30:90

DELÍRIOS DE UM PARAÍSO VERMELHO

O misterioso pórtico ergue-se da página em branco do universo. Por detrás de suas portas maciças, cuidadosamente entalhadas por nobre criador, a mais sublime obra de arte: as faces de um novo mundo. Superfície coberta por jardins que atravessam o horizonte, contorno sem fim. Paraíso protegido, íntegro. Em uma exuberância desmedida brotam árvores, folhas e flores de suntuoso encantamento. Os frutos ostentam tenra suculência, despertam apetite inesgotável. Até onde os olhos alcançam tudo é deslumbrante. Frondosa e exótica, a natureza se impõe
guardiã da sabedoria. O paraíso, ao contrário do que relatam os livros, se expande em tons de vermelho, em ricas cores vivas, fortes e sedutoras, que tingem a terra e o céu.

Entre barro e costela levantam-se as primeiras criaturas. Imagem e semelhança divina, testemunhas únicas a experienciar a excelência do Éden, os mistérios guardados no paraíso original. Adão e Eva, nativos afortunados, são retrato do bom selvagem, carregam em si a pureza em estado bruto, a inocência cercada de curiosidade. Cada descoberta é magnífica: tudo é estranho e familiar. No paraíso, o real e o fantástico se frequentam, o vento fresco tem perfume de liberdade. Os corpos dançam fluidos, percorrem o ambiente livres para as ilusões.

Vagueiam pelos campos sem contar que em sua sombra espia-lhes a ira. Furtiva criatura a invadir sorrateira a calmaria do Éden. Dissimulada aos olhos e nas palavras, transfigura verdades e mentiras, destila veneno poderoso e ludibria talentosa a pureza nativa. Sedutora serpente de língua afiada, faz florescer na mínima censura a mais tenra tentação. De tantas árvores e tantos frutos, somente aquela, proibida, há de revelar os segredos da vida, de preencher a ignorância com sabedoria.

No afã por intensidade, em uma mordida, o vermelho perde a cor, a exuberância míngua. No perigo maior do paraíso, a perda. Fruto da desobediência, agora pecado original. O pórtico se fecha e o Éden esvanece.

Paraíso perdido, herança primeira da humanidade, expatriada da perfeição por ser facilmente corrompida.

O ser humano é filho da queda, desorientado pela condenação aos limites mundanos. Aqui na Terra, jardim dos exilados, o inferno são os outros. A cada juízo, uma condenação. Tudo é perversão e pecado. Tudo é proibido. Grandes olhos vigiam a vida dos outros e sentenciam à margem quem desafia os “costumes”: exclusão, apagamento. A obediência anda incorporada na culpa.

Quem há de ter pecado maior?

Uma luta de vaidades se manifesta e entre a inveja e a ira os homens se afrontam. Onde antes dava valor, hoje boto preço. Vendo barato minha dignidade, pois meu paraíso são meus bens. Notícias de tempos corrompidos, dos prazeres da carne, da gula devastadora e da preguiça moral. Relatos de períodos obscuros e frios.

A esperança renasce na fé, na ponta da espada, duelo do bem contra o mal. Na luta diária contra as cabeças de um dragão insaciável pelo sofrimento.

Com a batalha armada, põe-se entre nós a cavalgada do fim dos tempos. É ensurdecedor o som do galope austero dos cavaleiros do apocalipse se misturando nas ruas, despertando dores e espalhando terror. Vendem a paz que não queremos, propagam o conflito. Devastam, destroem, espalham a escassez e a fome. E nessa irradiação do caos, a morte é a verdade anunciada.

A velha barca para o inferno tem uma nova diretriz: a redenção vem para os renegados. Os crucificados, os doloridos: uma multidão marginalizada aos olhos dos homens. Seus demônios caíram por terra.

Louvados sejam os excluídos!

Louvados sejam os rejeitados!

A compaixão lhes aguarda no novo Éden. Reluz em tons fortes de vermelho, renasce de amores e sonhos. Portas abertas a quem tem fome e sede de infinito. Entrem e sejam tomados pelo êxtase de um paraíso em festa, efusivo como uma interminável noite de carnaval. Lugar de desejos e das individualidades. Caldeirão de diversidade. Paraíso dos devaneios, da liberdade democrática das ruas, da comunhão entre todos, onde a fantasia se mistura com a realidade. O que era aparente ilusão hoje alimenta os olhos, preenche do corpo à alma: a fartura, a
união, o respeito. Ouse imaginar um paraíso “carnevale”, salgueirense, em que a celebração é a fonte da vida eterna. No lugar das trombetas, tambores da Furiosa dão as boas vindas e pedem passagem para toda a gente.

Ainda que a mesma história fosse contada setenta vezes ou ilustrada por trinta mãos talentosas, seria difícil fantasiar esse lugar de reencontro com a liberdade, onde o pecado não mora mais ao lado, pois o sagrado e o profano se misturam, são tão mundanos quanto divinos, fontes de um mesmo criador. Apenas abra os olhos e flutue pelos encantos e delírios do novo paraíso vermelho, pulsante como a Academia do Samba, viva de desejos e prazeres.

Autoria do Enredo: Edson Pereira.
Pesquisa e Desenvolvimento:Edson Pereira, Ruan Rocha, Lucas Abelha, Victor Brito e Departamento Cultural.
Roteiro:Edson Pereira e Ruan Rocha.

Portela 2022 | Enredo - O azul que vem do infinito


O azul que vem do infinito

Era o inicio da década de 1920 quando cheguei ao vale do rio das Pedras, na localidade há pouco tempo conhecida como Oswaldo Cruz. Desembarquei de um trem vindo da Saúde, acompanhado de minha mãe e minha irmã. Eu ainda não sabia, mas trazia comigo uma missão. Um propósito que se iniciava ali, nas terras do antigo engenho do Senhor Miguel Gonçalves Portela, mas que não
conheceria os limites geralmente impostos pelo tempo e pelo espaço. Seria algo perene, imortal, como parecia ser a alegria nas concorridas festas de Dona Esther, onde entendi que deveria elevar o samba e a cultura popular a um patamar jamais alcançado. Então, com as graças de Nossa Senhora da Conceição e São Sebastião, ou, como queiram, Oxum e Oxóssi, eu, Caetano e Rufino unimos nossas mãos e tivemos um sonho. Imaginamos um mundo azul e branco que não teria
fronteiras, que se estenderia para além dos limites de nossas vidas terrenas. Fundamos o “Conjunto Carnavalesco Oswaldo Cruz”, primeiro nome de nossa criação. O primeiro nome da Portela! Era algo simples, pequeno, mas, logo no primeiro desfile oficial, fomos campeões deixando uma mensagem que, na verdade, tratava-se de uma profecia: “O samba dominando o mundo”. Isso foi há muito tempo. Hoje, Caetano, o que abre nosso cortejo no carnaval celestial é o bater das asas do Divino Espírito Santo. Lá embaixo, eles ainda fazem águia de isopor.

Faz muito tempo, Professor, mas eu lembro que tu me deste a honra de defender o pavilhão daquele primeiro campeonato. Eu também estava ao seu lado quatro anos depois, quando a Praça Onze se encantou com “Teste ao samba”, a primeira vez em que uma escola de samba apresentava fantasias, alegorias e samba representativos do enredo. Sua missão passou a ser a minha, e o sonho de vocês, fundadores, aos poucos ganhava forma.
Eu vivi intensamente os “sete anos de Glória”. Sete vitórias seguidas, algumas delas em meio às incertezas dos carnavais de guerra. Eu vi os sambistas se dividirem, brigarem, formarem Associações diferentes, mas depois se unirem novamente. Vi as confusões de 1952, ano em que não teve apuração, e, no carnaval seguinte, conquistarmos o supercampeonato com as “Seis datas magnas”, tirando nota máxima em todos os quesitos. Hoje, em nosso carnaval celestial, quando rodopio movimento as nuvens brancas, que em forma de espiral rajam o azul do céu. Lá embaixo, eles
ainda usam bandeiras de cetim.

Para rodar com o nosso pavilhão, menina, eu trouxe Vilma Nascimento, o Cisne da passarela, que está lá por baixo. Comigo não tinha malandro que se criava. Eu herdei esta missão e honrei cada dia da minha vida para cumpri-la. Fui tetracampeão, de 1957 a 1960. Quando cantamos “Legados de D. João VI” e “Brasil Panteão de Glórias”, os sambas eram de sua autoria, Candeia. Fomos campeões festejando o pintor “Rugendas” e usando violinos para ilustrar o “Segundo casamento de D. Pedro I”. Nós
apresentamos a obra “Memórias de um sargento de milícias”, cujo samba foi escrito por aquele rapaz que está lá embaixo, o Paulinho da Viola. Lembro-me da festa ao conquistarmos o título de 1970, “Lendas e Mistérios da Amazônia”. No ano seguinte, Ary do Cavaco, você escreveu uma bela poesia homenageando a Lapa. Então, logo após exaltar “Macunaíma”, minha parte nesta missão se cumpriu. Vai, Betinho! É hora de um rufar de trovoadas. Lá embaixo, eles ainda fazem som batendo no couro de um surdo.
O Senhor sabe que eu fui o autor de Macunaíma, não sabe? Eu e a Clara cantamos juntos na avenida. Esta também foi a minha missão. Eu compus “Hoje tem marmelada”, samba com o qual fomos campões, e o antológico “Das maravilhas do mar fez-se o esplendor de uma noite”, sucesso absoluto. Tudo bem, eu passei por outras escolas, mas sempre que partia deixava meu coração na Portela, e para ela retornava. Nas minhas andanças, vi o carnaval atrair turistas. Vi surgir o sambódromo! Aquilo que um dia foi pequeno se tornava as Escolas de samba
S. A. Eu vi Silvinho ser campeão cantando “Contos de Areia”. Em um lindo amanhecer de carnaval, vi Dedé cantar a “pombinha da Paz”, e depois, anos mais tarde, arrepiar a todos com um belo “Tributo à vaidade”. Vi o “azul” ser cantado em todas as suas tonalidades! Eu vi o Noca, que está lá embaixo, sacudir a avenida com seu “Gosto que me enrosco”. Hoje, para o nosso carnaval celestial, componho orações unindo os sentimentos daqueles que expressam saudade. Lá embaixo, eles ainda estão limitados pelas letras escritas num papel.

Eu sei como se compõe, aqui e lá embaixo. Fui o último a chegar cá em cima. Vivi o que vocês só viram à distância. A parte que me cabia nesta missão foi levar a Portela para o século XXI, batendo suas asas em um novo milênio. Eu vi nossa escola cantar o “Amor”. Vi Madureira “subir o pelô” e revolucionar o gênero samba-enredo. Eu estava ao seu lado, Falcon, quando você apontou para frente e todos o seguiram. Eu vi a imponência da Águia redentora. Vi nossa escola cantar as “viagens”, e, em 2017, conquistar sua vigésima segunda estrela: “Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio
passar”. Liderei por décadas a minha velha guarda, levando o nome de nossa escola para todo o planeta. Canta, Surica! Canta que o samba dominou o mundo, cumprindo a profecia de nossos fundadores. O sonho deles é realidade. Inspira cada jovem que agita suas bandeiras nas arquibancadas. Hoje, sinto-me leve. Minha voz ecoa livremente pela eternidade. Lá embaixo, eles ainda usam microfone e caixa de som.

Neste carnaval do centenário, quando a sirene da avenida tocar, não deixem de olhar para cima. Nós estaremos na claridade que emana da lua, no brilho de cada estrela do firmamento, no vento suave que toca seus corpos. Nós estaremos fantasiados daquilo que vocês costumam chamar de natureza. A Portela é o nosso legado. Iluminaremos seus caminhos, mas a missão agora é de vocês. A história da Portela é uma jornada atemporal. É a saga de gerações que se sucedem no tempo. É um sonho que nos une ao infinito. Os próximos cem anos nos aguardam.


Viradouro 2023 | Enredo - Rosa Maria Egipcíaca


Rosa Maria Egipcíaca

A PROFECIA DAS ÁGUAS

Presságio... Diante do espelho ondulante das águas, a menina courana sentiu a vida passar diante de si. Uma gota se transformou em oceano, fazendo o real transbordar em vertigem.

Em transe, percebeu-se tragada por um assombroso redemoinho em meio a um dilúvio brutal. Então defrontou-se com o reflexo de uma mulher misteriosa, de manto reluzente e coroa luminosa, como que a protegendo da própria sina. E, de súbito, viu-se emergir em uma arca resplandecente sobre a qual flutuaria plácida a cortar a fúria das ondas.

A menina chorou frente àquela revelação. Dali em diante, tudo se desfez em mar revolto, apagando as memórias dos seus primeiros anos. Foi rebatizada em águas cariocas, no outro lado do Atlântico. E desse bárbaro ritual de esquecimento, brotou uma nova Rosa, preta e cálida: a Rosa mística do Brasil.

Auri Sacra Fames – A Fome de Ouro

Ainda jovem, seguiu em romaria vigiada, por léguas e léguas mata adentro. Vendida às Minas Gerais, foi obrigada a peregrinar com os cativos pela Serra da Mantiqueira, longo percurso que a assombrava com visões de paraísos e infernos. Entre bruma e poeira, cortava as alterosas cravejadas de sonho e temor.

Nas freguesias mineiras, a sociedade devota do ouro e dos diamantes era sustentada pela depravada escravização na colônia. Cortejos de penitentes saíam pelas vielas do arraial entoando ladainhas. Pediam perdão por muitos pecados, menos o de submeter outros seres humanos a condições degradantes em nome da adoração às pedras e aos metais preciosos. Pacto social que envolvia todo um sistema forjado no privilégio, na degeneração moral e violação da dignidade dos corpos pretos.

Mas havia as frestas sociais. Enquanto servia de oferenda àquela civilização de escândalos e perversões, Rosa acumulou um tanto de joias para se enfeitar e sedas para se cobrir. Os parcos ganhos eram ostentados nos batuques do Acotundá . Na magia da noite escura, encandeada de luar e fogueira, a preta girava saia, saudava as almas e soprava aos ares a fumaça do cachimbo, religando-se à ancestralidade que brotava no terreirão da Fazenda Cata Preta, onde era cativa.

Até que o corpo deu sinais de desgaste. E Rosa se desfez de tudo. Distribuiu aos seus o pouco que havia recolhido, como fez Maria do Egito, a santa meretriz que foi alçada ao altar celestial após doar aos desvalidos toda a riqueza de uma vida. Mais tarde, deixaria de ser a Courana para ser Rosa Egipcíaca, transitando entre a devoção e o misticismo.

Ventanias, Visões e Possessões

Feitiçaria ou teatro? A freguesia alvoroçada se dividia em opiniões ao testemunhar as possessões da mulher, ocorridas entre rezas e sessões de exorcismo comandadas pelo padre português Francisco Gonçalves Lopes, o “Xota-Diabos”.

Visagens chegavam a Rosa em ventanias ruidosas que apoquentavam sua mente dividida entre os solfejos dos anjos e os gritos dos malignos. Em êxtase espiritual, ela era saliva e fogo, arrepio e suor, lágrima e vulcão. Sentia, atordoada, a presença de sete demônios pairando sobre si em vertiginosas espirais, possuída tal qual Maria Madalena .

Mas, assim como a personagem bíblica, a africana tinha também a alma acalentada pelo amor Divino. E os ventos agora lhe sopravam de volta ao litoral.

A Flor do Rio

Vivendo a debulhar as contas do Rosário, retornou ao Rio de Janeiro por onde desfilava como dileta serva de Deus. Sob o pálio da devoção a Santana , avó de Cristo, a negra cruzava a fé dos brancos com os cultos ancestrais aos mais velhos, herança da sua origem na costa africana. Rosa impressionava o universo religioso da cidade com seus dons premonitórios, jejuns e flagelações, tornando-se foco de curiosidade e admiração. Um passo para ser cultuada como Santa.

Levada pelo dever de perpetuar os pensamentos devocionais, alfabetizou-se nas letras divinas e passou a escrever compulsivamente. Foi assim que colocou no papel aquele que é considerado o primeiro livro a ser escrito por uma mulher negra no Brasil. Desta forma, derramava pelas suas mãos o bendizer da palavra revelada nos pergaminhos mais sublimes.

Sentia na pele e no coração as dores das mulheres afastadas do convívio familiar. Assim, a visionária ergueu o Recolhimento, mosteiro com que ela havia sonhado como arca protetora a abrigar almas cujos corpos femininos eram negados pela sociedade.

O poder da vidência não cessava e Rosa sonhou com a imagem de cinco corações radiosos e brilhantes. Cada vez mais santa no altar popular, foi se tornando mais mística, mais etérea e mais misteriosa. Elo entre Deus e a humanidade, a beata com dons paranormais seria desposada em um grandioso devaneio apocalíptico.

A Derradeira Profecia

Revelação. Rosa fechou os olhos e pressentiu um dilúvio de força descomunal que lavaria os pecados da humanidade. Estava novamente frente à imagem que tanto a impressionou na infância: a mesma mulher misteriosa de manto reluzente, protetora do seu destino. Debaixo do majestoso véu das virtudes, revelou-se a face verdadeira: era o próprio rosto de Rosa.

Águas em turbilhão sairiam como veios da terra. E daquele reino sobrenatural emergiria não uma, mas duas arcas, flutuando entre a história e o delírio. Em uma, estava ela, no esplendor do seu último desvario; na outra, o rei Dom Sebastião , desaparecido em épica batalha em nome de Cristo.

O enlace com o Rei dos Encantados consumaria a união mística para fundar o grande Império Brasileiro. Rosa, enfim, seria o rastro de salvação dos eleitos no triunfante evento do fim dos tempos, inundando as almas de esperança. Assim, cumpriu o enredo de uma vida e agora estava liberta para se tornar a própria Santa na qual se refletia.

Uma Santa Negra no Céu

E lá no firmamento, aonde as águas do dilúvio a arrebataram, um concerto de marimbas e candombes a aclamou em sua saga de fé. Guardas da Santa Coroa, empunhando fitas e bandeiras, uniram-se em batuques para louvar à Santíssima africana que um dia viveu cercada de mistérios e virtudes em uma terra tão plena de vícios quanto de credos.

Folguedos desfilaram em louvor à mulher que virou divindade, em sagrado cortejo de canonização popular. Nos jardins do Palácio Celeste, ela se enxergou em cada rosa que desafia a sorte, insiste em rachar o chão e brota da aridez.

E no altar do Divino, todo enfeitado de flor, a mais bela Rosa orna a coroa do Senhor.

Não é uma rosa qualquer. É a Rosa que o povo aclamou!

Courana se refere à origem da protagonista do enredo, oriunda da nação courá, (também chamada courana, courama ou curana). O povoado dessa etnia localizava-se na costa do reino de Benin.
Segundo Luiz Mott, “Tundá” ou dança de “Tundá”, de onde deriva “Acotundá”, eram termos recorrentes em cerimônias de matriz africana no Brasil colonial, sendo registrado em Minas Gerais, no povoado de Paracatu.
Rosa viveu entre 1733 e 1745 na Fazenda Cata Preta, no arraial do Inficcionado, vilarejo construído entre as montanhas de Minas Gerais.
“Xota-Diabos” é corruptela de “Enxota-Diabos”, em alusão aos dons ligados ao exorcismo. O Padre seguiu ao lado de Rosa como espécie de protetor espiritual.
Segundo a Bíblia (Lucas, Cap. 8, Vers. 2): “... e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e doenças: Maria, chamada Madalena, de onde haviam saído sete demônios”.
Rosa tornou-se fervorosa devota da Santana, mãe de Maria e avó de Cristo. Ganhou, entre 24 títulos laudatórios, o de “Filha de Santana”. O culto à mãe de Nossa Senhora ganhou grande impulso no Rio de Janeiro nos anos de 1700.

O livro escrito por Rosa Maria Egipcíaca se chamava “Sagrada Teologia do Amor Divino das Almas Peregrinas”. Poucas páginas restaram da obra.
Os Cinco Corações da Sagrada Família apareceram em forma de visão Rosa, representando os corações de Cristo, da Virgem Maria, de São José, de Santana e de São Joaquim. A imagem foi reproduzida, esculturada e adornada, e até hoje está presente em uma capela no convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca, centro do Rio de Janeiro.

rei Dom Sebastião - Monarca português desaparecido na histórica batalha de Alcácer Quibir, no Marrocos, em 1578. Desse episódio, surgiram várias versões místicas sobre o paradeiro do soberano, que passou a ser cultuado no Brasil em diversas religiões, inclusive as de matriz africana.
Acusada de heresia, Rosa foi presa e levada a Lisboa pela Inquisição. Após ter toda a sua impressionante história registrada em depoimentos colhidos na capital portuguesa, acabou morrendo de causas naturais. A trajetória da africana foi revelada séculos mais tarde pela minuciosa pesquisa do antropólogo Luiz Mott. Aqui, tomamos uma das visões de Rosa para projetarmos outro desfecho para a Santa, eternizada no imaginário popular.

O candombe (tambor) traz os espíritos à Terra, reunindo, ao seu toque, vivos e mortos. Marimba é um instrumento de origem africana, formado por placas de metal ou madeira, que vibram ao toque de baquetas.
 

Autor do Enredo e Carnavalesco Tarcísio Zanon.
Inspirado no livro “Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil”, de Luiz Mott Texto: João Gustavo Melo